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Já se tornaram presença habitual nas lojas de moda feminina, mas, na maior parte das vezes, estão ainda confinados ao canto reservado aos acessórios. É talvez um sinal de que a mulher portuguesa não lhe presta ainda tanta atenção quanto a que reserva para malas ou sapatos.
Não é de admirar. Estas coisas demoram o seu tempo e, por natureza, somos do género discreto. E usar chapéu tem muito que se lhe diga.
Claro que tem.
Para começo, ainda nos lembramos de que éramos ainda pequenas e a última coisa que queríamos era usar chapéu... por causa do sol.
Não, não era por causa do sol, era só porque não. E lá tínhamos as nossas razões, secretas.
Estas coisas marcam, ora, não?!
E, depois, há outras pormenores, que quase sempre nos escapam.
O chapéu de aba larga não é apenas um objeto fashionista. É um objeto de culto. De culto do imaginário. E onde estes objetos existem, existe o mistério.
Ora, a portuguesinha era, pelo menos, até há umas duas gerações, ainda pequenina e trigueira.
Chapéu de aba larga, mas de palha, ou lenço é que ficavam bem. Ou mal.
Quanto aos outros, bom, depois de ler o Eça e o famoso episódio das corridas de cavalos, uma certa elite ficou a achar que a cabeça portuguesa não tinha ponta de jeito, ou gosto, sei lá, para chapéus femininos.
Já chapéus para homens, a conversa era outra.
Mas, adiante...
Hoje, a portuguesinha já não é tão pequenina assim, nem tão trigueirinha assim.
Não, agora já não.
Mas as ruas são conservadoras. Ainda não se habituaram a desestranhar o que em latitudes mais meridionais, é há muito uma marca de elegância e da feminilidade das próprias cidades.
Paris... Nova Iorque... Milão...
Nova Iorque, outra vez...
E, agora, DIVAS, vamos ver chapéus?...
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